Nesta segunda-feira (27), um avanço significativo no setor de inteligência artificial (IA) da China abalou os mercados financeiros dos Estados Unidos. A startup chinesa DeepSeek revelou um modelo de IA chamado R1, com capacidades semelhantes ao popular ChatGPT, mas operando a uma fração do custo dos modelos desenvolvidos por empresas norte-americanas como OpenAI, Google e Meta.
A revelação provocou uma forte queda nas ações de tecnologia em Wall Street. Grandes nomes como Nvidia, principal fornecedora de chips de IA, viram suas ações despencarem 12% no pré-mercado. Meta, Alphabet (controladora do Google), Marvell, Broadcom, Palantir e Oracle também sofreram perdas significativas, impactando negativamente o S&P 500, onde o setor de tecnologia representa cerca de 45% do índice.
Segundo Keith Lerner, analista da Truist, a liderança dos Estados Unidos no setor de tecnologia e IA foi um dos principais motores do desempenho superior do mercado americano nos últimos anos. No entanto, o anúncio da DeepSeek está gerando dúvidas entre os investidores sobre a sustentabilidade dessa liderança, os altos gastos das empresas norte-americanas e se esses investimentos serão recompensados em lucros significativos.
A DeepSeek destacou que gastou apenas US$ 5,6 milhões para treinar seu modelo R1, muito abaixo dos valores que as gigantes americanas destinam ao desenvolvimento de IA, frequentemente na casa de centenas de milhões ou até bilhões de dólares. O custo reduzido e a eficiência do modelo chinês colocam em xeque a posição dominante das empresas dos EUA, provocando uma reavaliação das expectativas do mercado para o setor de tecnologia.
Essa queda expõe os desafios globais da indústria de tecnologia norte-americana e destaca a crescente competitividade do mercado chinês de IA, que ameaça transformar o cenário internacional da inovação tecnológica.
