Governo brasileiro aposta no diálogo para reduzir impacto de tarifas americanas e mira investimentos em tecnologia com foco em energia limpa
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (6) que o Brasil segue buscando uma solução negociada com os Estados Unidos diante das tarifas impostas pela gestão Trump. Durante encontro promovido pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo, Alckmin destacou que a estratégia brasileira se baseia na lógica do comércio internacional como uma relação de “ganha-ganha”.
“Se eu sou mais eficiente em uma área, eu vendo. Você é mais eficiente em outra, eu compro. Essa é a base do comércio exterior. A disposição do Brasil é negociar”, afirmou o ministro.
Embora a China seja o principal destino das exportações brasileiras, Alckmin enfatizou que o comércio com os EUA envolve produtos de alto valor agregado, como aviões, máquinas, autopeças e retroescavadeiras. “É uma relação estratégica, e estamos trabalhando para mostrar que não há déficit comercial com o Brasil. Ao contrário, há espaço para complementariedade econômica”, ressaltou.
No setor do agronegócio, o vice-presidente avaliou que as tarifas podem acabar favorecendo o Brasil, dado o bom desempenho do setor. “Com clima favorável e safra recorde, o agro brasileiro, que já é competitivo, deve se beneficiar e fazer a diferença em 2025”, afirmou.
Programa de Data Centers
Alckmin também adiantou que o governo está prestes a lançar um programa nacional para atrair investimentos em data centers. A expectativa é que o país receba até R$ 2 trilhões em aportes, aproveitando o potencial energético do território nacional, especialmente no Nordeste.
“O Brasil tem energia limpa, renovável e em abundância. Isso é um diferencial estratégico para atrair grandes empresas de tecnologia e centros de dados”, explicou.